Isaura
é sal, imensa água
que teima em nos separar
o leito da minha mágoa
vai engrossando o mar
ai isaura, eu ainda nao exauri
todo o sentimento que tenho por ti
isaura foste a primeira
do meu pobre coração
segue o teu porta-bandeira
vai na tua procissão
vai isaura, que o Carnaval já passou
o meu sentimento, não
navegar é preciso
no mar dos teus caracóis
nas ondas do teu sorriso
na esteira dos teus lençois
nas ondas da tua saia
eu preciso me afogar
mas sei que vou morrer na praia
por não enfrentar o mar
quando a estação derradeira
da vida me quiser me levar
e a manhã de quarta feira
em cinzas me tranformar
a poeira que do meu corpo restar
fica para sempre na areia
o resto, engrossou o mar
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menino… gostei muito! 🙂
Muito Chico, anos setenta da MPB…
Muito bom, apetece ouvir de olhos fechados e imagina-se facilmente a Isaura!
Bela voz (:
Jorge Amado. Braço tatuado com sol.
“Assim contam (cantam) os homens do mar.”
Está excepcional.
ADORO!
Uma lufada de ar fresco, estas imagens musicais.
Quando era pequeno cantava o instrumental das musicas do Otis Redding. Não era bom na Língua Estrangeira. Ficava com a musicalidade dos instrumentos e da voz.
Já em Português a letra da música é para mim companhia poética.
Ao abrir o blog fico perplexo. Antes de as ouvir tocadas e cantadas não enxergo a possibilidade de musicar tais letras.
Depois de te ouvir interpretá-las fico como que aliviado ou repousado. Resolves o enigma musical. Mas amiúde permanece outro: o do significado das palavras raras e belas que usas.
Fui buscar o dicionário para me ajudar a decifrar este enigma, mas ao ver que para “exaurir” me propunham o sinónimo”exinanir”, aceitei ficar com o enigma morfossintáctico e gozar a solução do enigma musical.
Obrigado por essa “chave”.
ADORO* 🙂 Muito bom!